domingo, 31 de janeiro de 2010

Crimes que chocaram o Mundo

O CASO DE O.J. SIMPSON,1994

Por serem tantos e bem conhecidos os detalhes desta saga memorável não faz mesmo sentido tentar resumi-los. A primeira impressão que temos e de uma hidra com várias cabeças: este caso é um clássico na história criminal de Hollywood, um casamento entre celebridades que teve tudo menos um final feliz, uma investigação profunda com ajuda de detectives e especialistas em genética, e obviamente uma prova do enorme lucro ganho por parte dos media e tablóides. Este caso foi uma comédia cheia de erros com graves consequências. Se o crime do século tem de ser repleto de emoções, então este é o grande vencedor. Este jogador de futebol americano foi acusado de matar a sua ex-mulher Nicole Brown e o seu amigo Ronald Goldman à facada no dia 12 de Junho de 1994. Ao ser acusado de duplo homicídio, Simpson desapareceu depois de deixar com os amigos uma carta que anunciava o seu desejo de cometer suicídio. Foi perseguido pela polícia durante 96 quilómetros, trancou-se durante horas no carro e de seguida entregou-se.
O julgamento teve de ser feito duas vezes muito porque o grande parte do público queria um final diferente: o primeiro júri declarou o inocente, o segundo obrigou o a pagar uma determinada quantia pelos danos causados.
Mas a história não termina aqui, no final de 2006 Simpson decide lançar um livro “If i did it” onde especulava o que teria feito se fosse mesmo ele o autor do assassinato de Nicole Brown e Ronald Goldman. O mas trágico nesta história é que ninguém pagou pelas mortes de Brown e Ron.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Cenário de crime ajuda alunos da Faculdade Egas Moniz

No dia 3 de Dezembro de 2009, passou na RTP uma reportagem sobre o novo curso de Ciências Forenses existente na Faculdade Egas Moniz, já anteriormente exposto pelo nosso blog.

Os alunos da faculdade têm agora uma casa do crime para exercitarem a recolha de provas. A novidade é considera essencial para a formação dos investigadores criminais.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Crimes que chocaram o mundo

VERSACE KILLING SPREE, 1997

Acusado pela própria mãe de “prostituto de luxo” e defendido pelo pai como “ o certinho acolito”, Andrew Cunanan ficou na memória como o assassino gay toxicodependente e seropositivo, embora ninguém tenha a certeza que drogas é que ele consumia, se consumia, durante os homicídios num espaço de três meses, ou se, ele teria sido submetido a testes para o HIV antes ou depois da sua morte.

Começando na Califórnia, Cunanan chegou a matar cinco pessoas no total: dois antigos amantes, ambos no Minnesota; um homem rico em Chicago a quem ele roubou um carro Lexus; um coveiro em New Jersey a quem tirou uma carrinha pick-up, com medo que os policias tivessem localizado o Lexus; e por fim, mas não menos chocante o famoso designer de moda Gianni Versace em Miami.
Andrew, com apenas 27 anos, pôs fim à sua própria vida numa casa flutuante desabitada que se encontrava nem a duas milhas da cena do seu último crime.

Do que se sabe deste jovem era que ele gostava de dar um pouco de brilho à sua vida, adorava gastar dinheiro que não tinha e que ele aprendeu a traficar droga. A inveja habitava nele, e era obcecado pelo estatuto social e fama. Todos estes tópicos acima referidos combinados com a decadência da maneira como conseguia arranjar “clientes” pode ter conduzido a um forte ataque de pânico. Mas apenas Cunanan sabe ao certo quais foram os seus motivos para cometer tais crimes. A vida da alta sociedade pode levar a formas de existências reduzidas ou até mesmo nulas.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Entrevista a Dra. Dobrila Nikolic' - Médica Legista

Lisboa, 11 de Novembro de 2009

1) Todas as pessoas que morrem são sujeitas a autópsia?
Existem dois tipos de autópsias diferentes: autópsias clínicas, que são aquelas realizadas em caso de morte por doença, feitas nos hospitais, consoante a autorização da família. O outro tipo de autópsia, realizadas no INML, são as autópsias médico-legais, em casos de morte violenta (não natural: homicídios, suicídios e acidentes) ou causa ignorada, consoante a ordem do tribunal.

2) Quando uma pessoa morre, é logo enviada para o INML?
Um corpo só é mandado para o INML quando e se o Ministério da Justiça assim o permitir. Os corpos só são analisados no instituto em casos de mortes violentas e não naturais, isto é, acidentes, homicídios e suicídios.

3) Quando um cadáver é recebido no INML, quais são as primeiras medidas a tomar?
Quando um cadáver é recebido, é identificado, são feitas recolhas das impressões digitais, registam-se os sinais particulares, como por exemplo tatuagens, é feito um reconhecimento visual por parte dos familiares e faz-se um inventário do espólio. Posteriormente é levado para câmaras frigoríficas, para preservar o corpo. A autópsia só é realizada entre 24h/48h após a recepção do cadáver.

4) Que tipos de exames é que fazem no INML?
A maioria dos exames feitos no INML são a pessoas vivas e não a cadáveres, ao contrário do que se pensa.
O Instituto tem várias áreas de trabalho, cada uma com a sua função:
• Clínica forense – Avalia as lesões nos corpos ou na saúde das pessoas envolvidas em processos judiciais; realiza exames do foro psicológico, tanto da vítima, como do criminoso; efectua perícias a nível sexual (em casos de violação).
• Patologia Forense – Realiza as autópsias aos corpos, faz exumações, examina o cadáver no local, avaliações dentárias e antropológicas.
• Anatomia Patológica Forense – Esclarece a razão da morte.
• Toxicologia Forense – Assegura a realização de perícias laboratoriais químicas e toxicológicas.
• Genética e Biologia Forense – Identificação genética de amostras e vestígios biológicos de origem humana. As perícias mais frequentes são os testes de paternidade, investigação de autores de crime através da avaliação dos vestígios do local do crime, identificação de restos cadavéricos ou embrionários e identificações em desastres de massa.

5) O INML está disponível 24h horas por dia, para a realização de autópsias? Em caso negativo, se uma pessoa morre na hora de encerramento, não lhe são tomados os cuidados precisos na devida hora, havendo possibilidade de o corpo sofrer alterações/decomposições?
O INML está aberto 24h por dia, para receber os cadáveres. Contudo, as autópsias só são realizadas até às 16h00 em dias úteis e em raras excepções, aos Sábados. Isso não levanta problemas, visto que o corpo é conservado em câmaras frigoríficas.

6) Por que profissionais é constituída a equipa do INML?
A equipa é constituída por médicos legistas, técnicos de diagnóstico e terapêutica e técnicos ajudantes.

7) Porque é que escolheu esta profissão?
“Ao princípio não tinha em mente esta profissão. Comecei por fazer o curso de medicina e, no 5ºAno tive um professor brutal, que me fez adorar a disciplina de medicina legal e decidi fazer a especialização.”. Por Dra. Dobrila Nikolic’

8) Acha que no nosso país é uma profissão com muita saída?
“Esta área tem futuro, visto que as pessoas estão sempre a morrer. Contudo, em Portugal é diferente, visto que somos uma país cuja taxa de mortalidade violenta é pequena, sendo por isso que esta profissão não é muito divulgada.” Por Dra. Dobrila Nikolic’

9) Acha que as séries televisivas retratam bem a realidade da profissão?
“As séries televisivas são um meio de divulgação para a nossa área, contudo muitos aspectos não são bem retratados. Os Exames demoram muito mais do que 45 minutos e quando são feitas as autópsias não temos aquele lençol branco a tapar o corpo, o corpo está completamente exposto da mesa de autópsias para que possam ser realizados os exames com maior facilidade. “ Por Dobrila Nikolic’

10) Qual foi o caso que mais o impressionou?
“Na nossa profissão, não somos impressionados facilmente, contudo a que talvez me tenha marcado mais foi um desastre de comboio, onde morreram muitas pessoas.” Por Dobrila Nikolic’

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Visita ao INML

No passado dia 11 de Novembro, o nosso grupo foi convocado para uma sessão de esclarecimento no Instituto Nacional de Medicina Legal em Lisboa, pela Dra. Dobrila Nikolic'.
O nosso objectivo era obter mais informação e uma melhor perspectiva sobre as actividades realizadas por parte do Instituto.
Durante essa mesma sessão, ficámos a conhecer um pouco melhor a história do INML, que o nosso grupo resolveu abordar de forma diferente, fazendo um video.



O Instituto Nacional de Medicina Legal é responsável por dar resposta às necessidades da sociedade e auxiliar a Justiça, cooperando com tribunais e autoridades policiais. Neste último ponto, o Instituto de Medicina Legal, realiza exames periciais que consistem na avaliação da prova relacionada com lesões no corpo ou saúde ou pesquisa e identificação de vestígios biológios e toxicológicos.

As áreas mais desenvolvidas pelo INML são a Clínica Forense, Patologia Forense, Genética e Biologia, Psiquiatria, Anatomia Forense e Toxicologia.

Clínica Forense- Avaliação das lesões ou danos provocados no corpo ou na saúde das pessoas envolvidas

Patologia Forense- Consiste na análise do cadáver no local, no levantamento do corpo (exumações), autópsias, antropologia e medicina dentária.

Genética e Biologia- Normalmente são feitas análises comparativas de DNA para a descoberta do parentesco, de agressões sexuais, restos cadavéricos e embrionários e vítimas de desastres de massa.

Psiquiatria- Realizam exames para averiguar a imputabilidade de autores de crime e avaliação do seu risco de recidiva.

Anatomia Forense- Esclarece a etiologia (razão) das mortes, macroscopicamente e microscopiamente.

Toxicologia- Assegura a realização de perícias laboratoriais, químicas e toxicológicas.

No Instituto são realizados por ano cerca de 150000 exames, sendo 1500 autópsias. Exitem dois tipos de autópsias, a clínica que é feita a pessoas que morrem nos hospitais, perante a autorização da família, e a médico-legal, feita no Instituto, e realizada em caso de morte violenta ou não natural (ex. homícidos, acidentes e suicídios). Após as autoridades removerem o cadáver do local do crime, este é recebido pelo INML onde é submetido a uma identificação feita através do bilhete de identidade, impressões digitais, sinais particulares e reconhecimento visual. Depois é conservado numa câmara frigorífica, pois a autópsia só é efectuada 24-48 horas após a recepção. Feita a autópsia, obtem-se a certidão de óbito e entrega-se o corpo à família.

Os cadáveres que não são identificados são sujeitos a um estudo de DNA, a um registo fotográfico e vídeo e conserva-se. Se não for identificado antes de acabar o prazo legal, o corpo é enviado para a Santa Casa da Misericórdia.


sábado, 16 de janeiro de 2010

Crimes que chocaram o Mundo

O AMOR PROIBIDO DE MARY KAY LETOURNEAU, 1998

O que é que acontece quando uma mulher encontra o homem da sua vida, sendo este apenas uma criança? E se a mulher for a sua própria professora?
Os pais americanos ficaram não só assustados mas também embaraçados com a história de Mary Kay, que conheceu pela primeira vez Vili Fualaau quando era professora dele no segundo ano. Ele não começou a namoriscá-la até estar no sexto. As relações sexuais entre eles começaram um ano depois, quando ele tinha 13 anos.
Já mãe de quatro filhos de um casamento praticamente destruído, ainda teve uma filha do seu jovem aluno, mas não antes de ir parar a prisão, acusada de violação. A professora acabou também por quebrar as regras da suspensão da sua sentença encontrado-se com Vili outra vez- ficando grávida outra vez.
A beleza de Mary Kay e a sua dificuldade em lidar com a sua depressão maníaca pôs o seu caso ilícito nas capas de jornais e revistas femininas em todo o Mundo. Mas a sua recusa em renunciar seu amor pelo rapaz em troca da sua liberdade acabou por tocar as pessoas, mesmo sendo uma loucura.
Em 1998, depois de nascer a sua segunda filha com Fualaau ela começou a sua pena de sete anos, acabando por sair em 2004. Casou logo como Vili que entretanto já era maior de idade (21 anos).

sábado, 9 de janeiro de 2010

Teste Psicológico - Descobre se és um serial killer



Em primeiro lugar, este trata-se de um teste psicológico verdadeiro.

Uma rapariga, durante o funeral da sua mãe, conheceu um rapaz que nunca tinha visto antes. Achou-o tão maravilhoso que acreditou ser o homem da sua vida, apaixonou-se por ele e começaram um namoro que durou uma semana. Sem mais nem menos, o rapaz desapareceu e nunca mais foi visto.
Dias depois, a rapariga matou a própria irmã.

Questão:
-Qual o motivo para a rapariga ter morto a sua própria irmã?

(Pensa bem antes de responderes e realmente tenta pois é interessante).



















Resposta:
-Ela matou porque esperava que o rapaz pudesse aparecer novamente no funeral da sua irmã.

Se acertaste a resposta, então pensas como um psicopata.
Este é um famoso teste psicológico para reconhecer a mente dos assassinos em série (serial killers). A maioria dos assassinos presos acertou a resposta.

Para um psicopata, os fins justificam sempre os meios.

Base de dados genética criminal


O Governo pôs a questão no seu programa, ao escrever: " Será criada uma base de dados genéticos para fins de identificação civil, que servirá igualmente para fins de investigação criminal."

Falar de bases de dados genéticas é falar em identificar características únicas de alguém, como acontece com as suas impressões na ponta dos dedos, observando cerca de dez pequenas zonas na molécula de DNA. O que se procura nestas pequeníssimas zonas é a forma como se repetem as quatro unidades químicas que compõem a molécula. Essa repetição é única de cada pessoa, por isso funciona como uma impressão digital.

Numa base de dados para fins criminais, além da inclusão de perfis de amostras biológicas encontradas no local de um crime, estão perfis de indivíduos identificados (condenados ou até de suspeitos, embora o modelo mude de país para país). O cruzamento desses dados pode servir tanto para condenar como para ilibar.

Já uma base de dados para fins civis servirá para identificar cadáveres e ajudar a encontar pessoas desaparecidas. Contudo, este assunto ainda suscita um número considerável de dúvidas:

Quem irá ser incluído nesta base de dados?
Os dez milhões de portugueses?
Só os adultos ou a começar pelos novos nascimentos?
E como será feita a recolha de DNA, voluntária ou obrigatória?

Francisco Corte-Real, vice-presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal, diz que Portugal é dos poucos países da Europa Ocidental sem uma base de dados genética criminal. Para Corte-Real, as duas vertentes das bases de dados são importantes. "Fazer uma base de dados de identificação civil não significa incluir todos os portugueses. Pode permitir cruzar perfis genéticos de corpos não identificados e de familiares de pessoas desaparecidas. Pode ser uma base de dados dupla, porque não se devem misturar os desaparecidos com os criminosos."

Como trabalham os CSI portugueses?

Embora a realidade não seja igual ao que vemos nas séries, os investigadores portugueses estão bem equipados e formados, e sabem o que fazer quando chegam ao local do crime. Para tal, os peritos precisam de ter alguns cuidados na cena do crime:
  • Mexer o corpo o menos possível;
  • Colocar as mãos da vítima dentro de sacos de papel. Neste caso, não podem ser utilizados sacos de plástico, devido ao processo de condensação que se verifica, prejudicando a preservação dos resíduos;
  • Preservar todas as pistas possíveis, como os resíduos de disparos, cabelos, pêlos e fibras;
  • Ao investigar o corpo da vítima, não se deve danificar os orifícios provocados por balas ou outras armas e não se deve cortar, deitar fora ou sacudir a indumentária da mesma.
  • Evitar contaminações;
  • Não proceder à recolha de resíduos do corpo no local do crime, mas sim na mesa da sala da autópsia, visto que as condições de trabalho e iluminação são as mais adequadas;

Como é que os peritos determinam a distância entre o disparo da arma e o seu destino?

Para simular com exactidão o crime, os C.S.I. portugueses fazem disparos experimentais, de modo a poderem concluir muitos factos relacionados com o sucedido: por um lado,cada arma cunha uma marca própria em cada bala, sendo permitido identificá-la. Se a marca da bola que se encontrava no local do crime corresponder a alguma das armas utilizadas pelo perito, procede-se à identificação. As impressões digitais são igualmente informativas. Às vezes os criminosos lembram-se de limpar as armas mas esquecem-se de fazer o mesmo aos carregadores.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

3ª Edição: Os Olhos do Crime


Antes de mais gostariamos de desejar aos nossos visitantes um Feliz 2010!
A edição de Janeiro do jornal "Os Olhos do Crime" centra-se na Entomologia Forense e no seu contributo para a resolução de um crime.
Esperamos por comentários e sugestões.