quarta-feira, 28 de abril de 2010

Os cérebros dos psicopatas são diferentes dos cérebros das pessoas normais?



Nos últimos 20 anos, muitos estudos têm mostrado que assassinos e criminosos muito violentos têm evidências precoces de doença cerebral.
Por exemplo, num estudo feito por Pamela Y. Blake, Jonathan H. Pincus e Cary Buckner - Neurologic abnormalities in murderers, 20 de 31 assassinos confessos e sentenciados possuiam diagnósticos neurológicos específicos:

- mais de 64% dos criminosos foram diagnosticados com anormalidades no lobo frontal.

Muitos comportamentos associados às relações sociais são controlados pelo lobo frontal, que está localizado na parte mais anterior dos hemisférios cerebrais. Todos os primatas sociais desenvolveram bastante o cérebro frontal, e a espécie humana tem o maior desenvolvimento de todos.



Há muito tempo que os neurocientistas sabem que as lesões nos lobos frontais levam a anomalias graves em determinados comportamentos.

António e Hanna Damásio são dois notáveis neurologistas e pesquisadores da Universidade de Iowa que investigaram na última década as bases neurológicas da psicopatologia. Os Damásios concluíram em 1990, por exemplo, que indivíduos que se tinham submetido a lesões no córtex frontal (e que tinham personalidades normais antes da lesão) desenvolveram comportamentos sociais anormais, levando a consequências pessoais negativas. Entre outras coisas, estes indivíduos apresentavam as tomadas de decisões inadequadas e inabilidades de planeamento com as quais são conhecidas por serem processadas pelo lobo frontal do cérebro.

Os Damásio também reconstituíram neurológicamente o primeiro caso conhecido da alteração de personalidade devido a uma lesão frontal no cérebro, observado no século XIX – o caso de Phineas Gage.

Phineas Gage era um supervisor de obras ferroviárias que perdeu parte de seu cérebro devido a uma barra de ferro que atravessou o seu crânio quando uma carga explosiva rebentou acidentalmente. Ele sobreviveu por muitos anos ao extenso trauma, mas tornou-se uma pessoa inteiramente nova, abusiva e agressiva, irresponsável e mentirosa, incapaz de imaginar e planear – características completamente diferentes dos da sua formação base.




quinta-feira, 22 de abril de 2010

Enfermagem Forense


Esta área de intervenção dos enfermeiros é amplamente debatida pelos enfermeiros norte americanos, porém, ainda é pouco conhecida pelos enfermeiros portugueses.
A actuação da enfermagem forense, abrange diversas áreas, diversas instituições ( hospitais, gabinetes médico-legais, estabelecimentos prisionais, comunidade). Apresenta ainda um papel relevante na prevenção da violênicia.

Os enfermeiros desempenham um papel de destaque particularmente, pela sua actuação junto da vítima, como responsável pela realização de exames minuciosos e na preservação e recolha de vestígios. A actuação dos enfermeiros forenses facilita a proximidade com as vítimas e estabelece relações de confiança entre os intervenientes, facilitando a cooperação com o exame forense.
Enfermagem Forense em Portugal
Em Portugal a Enfermagem Forense ainda é pouco conhecida e com raras actuações como especialidade. Embora muitos enfermeiros trabalhem com vítimas de violência, não existem formações específicas e adequadas nesta área. A iniciativa de divulgar a Enfermagem Forense, tem sido desenvolivida pela Escola Superior de Enfermagem S. Francisco das Misericórdias que lançou a 1ª Pós Graduação em Enfermagem Forense.
Oobjectivo é treinar os enfermeiros, para a detecção de lesões físicas e psíquicas de violência, assim como ensinar os enfermeiros a preservar e a recolher vestígios com relevância médico-legal.





sexta-feira, 16 de abril de 2010

Um só cabelo pode permitir a identificação de vítimas de homicídio

Com a ajuda de simples amostras de água da torneira e restos de cabelos recolhidos nos cabeleireiros de todo o país, investigadores da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, conseguiram pôr em evidência diferentes químicos, suficientemente significativos para servir de marcadores geográficos.

O estudo, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, revela que 85% das variações de isótopos de hidrogénio e oxigénio nos cabelos de uma pessoa se devem a diferentes composições da água potável.

Um só fio de cabelo pode, por exemplo, permitir determinar o lugar onde se encontrava uma pessoa há semanas, e mesmo anos, consoante o comprimento do cabelo e o tempo em que caiu.
A equipa de investigadores, elaborou um mapa com diferentes rácios de isótopos de hidrogénio e oxigénio presentes nos cabelos, que, apesar de não permitirem determinar com precisão lugares, possibilitam identificar diferentes áreas geográficas.

O mapa já permitiu, inclusive, reconstituir o itinerário de uma vítima de homicídio, não identificada, que foi encontrada, há oito anos, no Estado do Utah. Uma amostra dos seus cabelos revelou que a vítima, uma mulher, passou os últimos dois anos da sua vida entre os estados de Idaho, Montana e Wyoming e, possivelmente, Washington e Oregon. Opções de mensagens Etiquetas para esta mensagem:
por exemplo, motas, férias, Outono Mostrar tudo

A técnica poderá também ser utilizada pelos médicos para determinar os sintomas associados ao agravamento de doenças alimentares ou pelos antropólogos e arqueólogos que procuram reconstituir as migrações das populações ou animais desaparecidos, segundo os cientistas.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Crimes que chocaram o Mundo

O FILHO DE SAM, 1977

Nova Iorque parecia estar a passar um inferno no Verão de 1977. Já em crise fiscal, a cidade foi submetida a um apagão de 25 horas no dia 13 de Julho e o assassino conhecido como O Filho de Sam estava ainda à solta, depois de um ano, à espera de matar outra vez mandando mensagens perversas à policia local e ao colunista do New York Daily News Jimmy Breslin. Nas suas cartas ele falava de um Papa Sam, mestre da anarquia Satânica e bebedor de sangue.



No dia 31 de Julho voltou a atacar, matou uma jovem e cegou o namorado desta. Mas este foi o seu ultimo ataque, uma testemunha do crime afirmou ter viste um homem a tirar um bilhete de estacionamento de um Ford Galaxy. A policia investigou o depoimento e encontrou David Berkowitz, de 24 anos, um empregado dos correios. Anteriormente ele tinha sido treinado para sharpshooter do M16 no exército americano, e usou uma das suas armas (.44) em todos os seus homicídios, matando ao todo seis pessoas e ferindo outras sete.


Quem era Sam? Segundo David, Sam era um vizinho seu com mau temperamento, mas dizia ainda que o seu vizinho era o diabo e que ele transmitia as suas ordens pelos latidos incessantes e infernais do seu cão, Harvey.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

quarta-feira, 31 de março de 2010

Visita ao Visionarium

No dia 19 de Março partimos para Santa Maria da Feira para realizarmos a actividade do "overnight" no Visionarium. Quando chegamos a responsável pela marcação, Carla Barros, comunicou-nos que se tinha esquecido que nós íamos naquele dia realizar o "overnight", e por isso não nos avisou que o grupo com quem nos íriamos juntar para realizar a actividade tinha novamente desmarcado a actividade. Assim, não pudemos realizar o "overnight" naquele dia. Para remediar a situação, propuseram-nos a realização da actividade exclusivamente para nós as quatro, para sábado e domingo.
No Overnight, que teve início Sábado pelas 19h e terminou Domingo por volta das 12h30, o nosso grupo constituía uma equipa de Investigadores Forenses do Visionarium – FVI – que estavam encarregues de descortinar um homicídio. Feita a análise do local do crime e recolhidas as provas, fizemos algumas actividades laboratoriais - pesquisa de sangue oculto, análise balística, reconstituíção criminalística, análise de DNA, identificação de pólvora, revelação e recolha de impressões digitais, e odontologia forense - de forma a identificarmos um criminoso entre um grupo de suspeitos. Foi uma experiência muito gratificante, não só porque nos divertimos muito, como ficámos a conhecer melhor os processos que envolvem uma investigação criminal.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Conferência "LP - 50 anos de Ciência Forense"



No passado dia 12 de Março de 2010 recebemos na nossa escola a Dra. Natividade Silva, que nos falou sobre as áreas de trabalho desenvolvidas pelo laboratório de Polícia Ciéntífica.
1 - O Laboratório de Polícia Científica, designado abreviadamente por LPC, tem as seguintes competências:

a) Pesquisar, recolher, tratar, registar vestígios e realizar perícias nos diversos domínios das ciências forenses, nomeadamente da balística, biologia, documentos, escrita manual, física, lofoscopia, química e toxicologia;
b) Implementar novos tipos de perícia e desenvolver as existentes;
c) Divulgar a informação técnico-científica que se revele pertinente perante novos cenários de criminalidade;
d) Emitir pareceres e prestar assessoria técnico-científica no domínio das suas competências em ciências forenses;
e) Implementar um sistema de gestão para a qualidade e para as actividades administrativas e técnicas;
f) Assegurar a participação técnica e científica da PJ, em matéria de ciências forenses, nas diferentes instâncias nacionais, comunitárias e internacionais.

2 - O LPC goza de autonomia técnica e científica.

3 - A competência do LPC é cumulativa com a dos serviços médico -legais.

4 - O LPC pode recorrer à colaboração de outros estabelecimentos, laboratórios ou serviços oficiais de especialidade, assim como colaborar com qualquer entidade ou serviço oficial, sem prejuízo do serviço da PJ e demais órgãos de polícia criminal a que deve apoio.

5 - O LPC pode dispor, na dependência técnica e científica do seu director, de unidades flexíveis junto das unidades territoriais, nos termos previstos no n.º 2 do artigo 2.º

6 - A existência, número e localização das delegações referidas no número anterior é definida em despacho do membro do Governo responsável pela área da justiça.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Museu de Polícia Judiciária


A Propósito do Dia Internacional da Mulher, o Museu de Polícia Judiciária vai receber Leontina Trigo, a primeira investigadora criminal em Portugal.
Irá ser realizada uma sessão em que a investigadora Leontina Trigo dará o seu testemunho sobre o seu trabalho.

A sessão irá ter lugar lugar na Quinta do Bom Sucesso, Barro Loures. No dia 25 de Março de 2010.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Se fosses testemunha de um crime...

Cada vez mais, o treino de observação e da memória das testemunhas pode ser muito útil para um depoimento correcto que sirva para o combate ao crime mas sem a incriminação de inocentes.

Ser capaz de fixar um pormenor, umas feições, uma matrícula de automóvel, marca, cor ou qualquer outro dado, pode ser de uma utilidade espantosa ao investigador experiente para a captura do culpado.

Estás perante uma cena de que és testemunha. Observa cuidadosamente durante 10 minutos. Daqui a meia hora procura responder ao questionário, depois compara-as com a foto e vê quantas perguntas soubeste responder acertadamente.














1 – Quantos homens rodeiam o “raptado”?
2 – Quantos automóveis se vêm em primeiro plano?
3 – Alguém usava chapéu?
4 – Um dos carros tinha uma porta aberta? Sim ou não?

domingo, 7 de março de 2010

Instituto de Medicina Legal actua na Madeira


Uma equipa do Instituto Nacional de Medicina Legal (INML) partiu domingo de manhã, dia 21 de Fevereiro, para a Madeira, onde começou de imediato a realizar autópsias às vítimas do mau tempo.

Duarte Nuno Vieira adiantou à agência Lusa que a equipa, constituída por três médicos e dois técnicos, partiu da Base Aérea de Figo Maduro, durante a manhã, num avião militar, e vai ficar na Madeira «o tempo que for necessário» para realizar as perícias médico-legais.

sábado, 6 de março de 2010

LADRÃO POUCO INTELIGENTE

Há pessoas que tentam arranjar maneiras fáceis de ganhar dinheiro, mas parece que este negócio não é para qualquer um… É preciso uma capacidade física e intelectual muito trabalhada, algo que falta a este senhor…Vejam!

segunda-feira, 1 de março de 2010

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Crimes que chocaram o mundo

A Dália Negra, 1947

Aconteceu numa Los Angeles pós-guerra, o ainda por resolver homicídio de Elizabeth Short é uma história sobre grandes cidades, a população viajante da América e os perigos de uma nova e vasta região urbanizada da nação.
No dia 15 de Janeiro de 1947,um corpo nu, seriamente mutilado cortado ao meio pela cintura com a boca rasgada nos lados, foi encontrado não muito longe de Hollywood.
O corpo pertencia a Short, na altura com 22 anos. Tinha vindo da Califórnia para a costa Este em busca de uma carreira como actriz, mas acabou por ficar a servir às mesas.
Os jornalistas deram-lhe a alcunha de Dália Negra, talvez inspirados no filme Blue Dahlia que tinha acabado de estrear, um filme noir sobre um bombista acusado da morte da sua esposa infiel.
O caso tinha uma vasta lista de suspeitos com possíveis motivos, associados também a lendas urbanas sobre a vida moral e sexual da vítima. Esta acontecimento inspirou, com o seu mórbido conteúdo nostálgico noir, um número considerável de livros e filmes ao longo dos anos como por exemplo, o filme The Black Dahlia (direcção: Brian De Palma) de 2006, e uma adaptação do romance homónimo do escritor James Ellroy.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Visita à APAV


"A ideia da APAV germinou face à constatação de que o delinquente e a vítima eram face de uma mesma moeda, em que, no 'caras ou coroas' da vida, raramente a face da vítima ficava para cima."

- Luís de Miranda Pereira, Associado Fundador e Presidente da APAV (1990–1997), 25 de Junho de 1990.

A Associação Portuguesa de Apoio à Vitima é uma associação de solidariedade sem fins lucrativos, de voluntariado social, independente e autónoma.
É uma organização centrada na vítima como utente, respeitando as suas opiniões e decisões. Presta serviços gratuitos, confidenciais e de qualidade a todas as vítimas de crime, sem que haja qualquer tipo de discriminação em função do género, raça ou etnia, religião, orientação sexual, idade, condição sócio económica, nível de escolaridade, ideologia ou outros.

A APAV presta às vitimas apoio emocional e apoio especializado. Reconhecendo que os utentes que recorrem aos seus serviços têm necessidades específicas, que reclamam, por isso, intervenções especializadas, promove três tipos de apoio:

. Apoio Jurídico
. Apoio Psicológico
. Apoio Social

Este apoio é prestado por um conjunto de Técnicos de Apoio à Vítima devidamente formados e preparados para poderem prestar um apoio de qualidade e que responda adequadamente às diferentes necessidades das vítimas de crime.



No dia 8 de Fevereiro, o nosso grupo foi fazer uma visita a esta associação visto que um dos temas, dentro da Criminologia, que temos vindo a abordar ao longo do ano é a Vitimologia.
Durante cerca de duas horas estivemos a falar com duas técnicas de Apoio à Vitima, Dora Silva e Carla Febrónio, que nos falaram da sua experiência na APAV, bem como no modo de funcionamento desta e de alguns tipos de casos mais comuns e de outros mais insólitos, que já fazem parte do dia-a-dia de quem trabalha na associação.

Um dos nossos objectivos em ir à APAV era o de perceber melhor o lado da vítima. Ou seja, a maneira como reage ao crime, a relação que tem ou não com o agressor e de que maneira é que este apoio da APAV as vai ajudar.
O que percebemos é que cada pessoa é diferente, e por isso é difícil de definir como esta vai reagir. O que esta associação faz é guiar as pessoas vítimas de qualquer tipo de crime.
E é por isso que o trabalho realizado na APAV é tão importante, pois tal como as Técnicas de Apoio à Vítima nos disseram, as pessoas que vão lá à procura de ajuda não vão receber nenhuma resposta ou conselho. Isso qualquer um dos nossos amigos nos poderia dar, o apoio que é prestado às vitimas pretende que esta tome as suas decisões sozinhas, os técnicos estão lá para, de certa forma, as informar das opções e consequências dessas decisões.

Visita ao ISPA

No dia 14 de Janeiro, o nosso grupo foi ao Instituto Superior de Psicologia Aplicada com o objectivo de falar com um psicólogo criminal, para que este nos desse uma melhor perspectiva sobre o papel que a Psicocriminologia desempenha na resolução do crime.
Para isso, o Professor José Pereira Silva disponibilizou-se para nos esclarecer sobre este assunto.


1.Qual a importância de um psicólogo criminal para a investigação do crime?“Bom, depende do que se entende por investigação criminal, porque há uma investigação criminal que é feita pelos órgãos da polícia criminal, que podem ser a PSP, a GNR ou a PJ, dependendo da natureza do crime. A importância de um psicólogo criminal é quando trabalha com uma dessas forças polícias, porque dispõem de meios que podem ajudar a rentabilizar o trabalho, direccionando-o num sentido específico.”

2.Em que casos é precisa a intervenção da psicocriminologia? Pode dar-nos exemplos?
“Na própria Polícia Judiciária já há psicólogos criminais. Existe uma tradição de investigação até investigação científica, como tratar dos perfis psicológicos dos incendiários, dos violadores, seja do que for. A intervenção da psicocriminologia é essencial sempre que os casos são mais complexos, quando se trata por exemplo de crimes em série, um psicólogo pode ajudar a perceber o que está ali em jogo. Quando se trata de um serial killer, ele deixa sempre a sua marca, a sua assinatura porque no fundo ele está a dar figura a um fantasma, a uma fantasia, reproduzindo-a sempre da mesma forma, o que nos ajuda a revelar a sua identidade. Os psicólogos estão preparados para isso, os outros estão menos porque são polícias e estão preparados para outras coisas. Portanto, há uma complementaridade bastante benéfica para a investigação.”

3.Como é que é pedida essa ajuda profissional? Por ordem do tribunal, por ordem da polícia ou outro?“Isso são coisas diferentes. O tribunal pode pedir na fase de instrução, por exemplo, para conhecer os sujeitos. A lei estipula, em caso de crimes sexuais, que os menores de 16 anos sejam obrigatoriamente sujeitos a exame policial, porque no fundo é um exame à credibilidade da vítima. Outro caso, é quando é feito um exame psiquiátrico, o profissional pode também pedir a avaliação de um psicólogo, em que é feita a avaliação da personalidade. Isso pode ser muito importante para o juiz, na medida em que facilita a determinar a duração da pena, em função do comportamento do sujeito.”

4.Um psicólogo criminal trabalha só com o criminoso ou também com a vítima?
“Estes psicólogos trabalham com as duas partes. Normalmente depois especializam-se numa das componentes, nos agressores ou nas vítimas. Têm conhecimentos sobre as suas componentes, mas depois especializam-se na vitimologia, ou na agressologia.

5.Que tipo de testes psicológicos são feitos pelos peritos nesta área?“Os testes não são como aqueles que vocês usam na medicina geral. Contrariamente aquilo que se pensa, os testes não foram feitos para testar pessoas, os testes foram feitos para testar hipóteses. Dependendo das hipóteses que enunciar, escolhem-se os testes para responder à questão/dúvida que o psicólogo tem. Os testes dependem do problema em questão. Os psicólogos falam com as pessoas para saber quais as hipóteses possíveis, que levaram à ocorrência do crime, e posteriormente escolhem os testes mais adequados para analisar melhor o caso, e esclarecer as dúvidas que até aí existiam. Há um conjunto de circunstâncias que levam ali naquele momento, aquilo tenha acontecido. Não há uma relação directa entre causa e efeito. Só em casos excepcionais. Por exemplo, alguém é atacado por um sujeito e essa pessoa tem uma arma. É normal que essa pessoa dispare instintivamente em auto-defesa, ou então não dispara e foge. Nestes casos podemos considerar que existe uma relação de causa-efeito.

6.Existe algum tipo de terapia onde seja necessária a participação da vítima e criminoso em simultâneo?
“Não. Ambas as partes podem ter acompanhamento psicológico, mas não em conjunto.”

7.Quais são as causas mais comuns que levam um criminoso a cometer um crime?“É impossível dizer, são tantas. Contrariamente ao que se diz, há crimes praticados por pessoas normais, e crimes praticados por pessoas que sofrem de patologias diversas. Agora, as pessoas com patologia mental não têm mais tendência a cometer crimes do que as pessoas sãs. Em todos os países do mundo foram feitos estudos e provou-se que a percentagem de crime não é maior em pessoas que sofrem de patologias mentais do que nas pessoas sãs.”

8.Em tribunal, as pessoas que sofrem de patologia mental têm a sua pena atenuada?
“A pena pode ser atenuada, ou podem ser isentos de pena. A lei prevê isso. De acordo com o artigo nº20 do código penal, uma pessoa que seja portadora de uma anomalia psíquica pode ficar isenta de pena. Mas por exemplo, se alguém apanhar uma bebedeira, ao pôr-se num estado daquela natureza, perde a consciência e a noção da realidade, e ao cometer um crime não pode ficar isento de pena porque é responsável por aquilo que aconteceu. Mas uma pessoa com uma perturbação mental grave, e que delire não tem muito a consciência da realidade, e pode cometer um crime e não ser considerado imputável. Quando uma pessoa é considerada imputável, ou seja, incapaz de responder pela prática do crime, há duas formas de a classificar: ou é imputável só, ou imputável perigosa. Quando é considerada imputável perigosa também são os psicólogos que falam da probabilidade de risco de voltar a cometer um crime, e nesses casos a pessoa é internada. O internamento não pode exceder o máximo da pena prevista para aquele tipo de crime. Por exemplo, se uma pessoa cometeu um crime de homicídio gravíssimo, a lei prevê que seja preso no máximo 20 anos. Logo, o internamento psiquiátrico também não pode ultrapassar os 20 anos.”

9.Na sua opinião, é uma área muito desenvolvida em Portugal?
“Não está, mas está a caminho de estar. Já está previsto legalmente, e é uma questão de tempo, para que os profissionais se habituem a novos métodos de trabalho. Não temos nenhuma tradição de trabalho, o que possibilita uma melhor evolução.”

10.Isso deve-se ao facto de Portugal ser um país onde não há muita criminalidade, ou Portugal é um país com muita criminalidade?“De acordo com aquilo que nos é dito, não. Embora a taxa de criminalidade tenha subido nos últimos tempos, devido a alterações legislativas. Passou a haver uma maior taxa de criminalidade nestes tempos de crise, e como é óbvio a tendência é aumentar. Isso é incontornável. Mas uma sociedade sem crime não seria normal. A criminalidade é inerente ao funcionamento das sociedades. Evidentemente, mesmo em sociedades de grande bem-estar, onde toda a gente vive com a sua dignidade assegurada, existe sempre criminalidade.”

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

4ª Edição: Os Olhos do Crime

Na edição de Fevereiro, damos-vos a conhecer as curiosidades mais insólitas à cerca da morte.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Crimes que chocaram o Mundo

O CASO DE O.J. SIMPSON,1994

Por serem tantos e bem conhecidos os detalhes desta saga memorável não faz mesmo sentido tentar resumi-los. A primeira impressão que temos e de uma hidra com várias cabeças: este caso é um clássico na história criminal de Hollywood, um casamento entre celebridades que teve tudo menos um final feliz, uma investigação profunda com ajuda de detectives e especialistas em genética, e obviamente uma prova do enorme lucro ganho por parte dos media e tablóides. Este caso foi uma comédia cheia de erros com graves consequências. Se o crime do século tem de ser repleto de emoções, então este é o grande vencedor. Este jogador de futebol americano foi acusado de matar a sua ex-mulher Nicole Brown e o seu amigo Ronald Goldman à facada no dia 12 de Junho de 1994. Ao ser acusado de duplo homicídio, Simpson desapareceu depois de deixar com os amigos uma carta que anunciava o seu desejo de cometer suicídio. Foi perseguido pela polícia durante 96 quilómetros, trancou-se durante horas no carro e de seguida entregou-se.
O julgamento teve de ser feito duas vezes muito porque o grande parte do público queria um final diferente: o primeiro júri declarou o inocente, o segundo obrigou o a pagar uma determinada quantia pelos danos causados.
Mas a história não termina aqui, no final de 2006 Simpson decide lançar um livro “If i did it” onde especulava o que teria feito se fosse mesmo ele o autor do assassinato de Nicole Brown e Ronald Goldman. O mas trágico nesta história é que ninguém pagou pelas mortes de Brown e Ron.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Cenário de crime ajuda alunos da Faculdade Egas Moniz

No dia 3 de Dezembro de 2009, passou na RTP uma reportagem sobre o novo curso de Ciências Forenses existente na Faculdade Egas Moniz, já anteriormente exposto pelo nosso blog.

Os alunos da faculdade têm agora uma casa do crime para exercitarem a recolha de provas. A novidade é considera essencial para a formação dos investigadores criminais.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Crimes que chocaram o mundo

VERSACE KILLING SPREE, 1997

Acusado pela própria mãe de “prostituto de luxo” e defendido pelo pai como “ o certinho acolito”, Andrew Cunanan ficou na memória como o assassino gay toxicodependente e seropositivo, embora ninguém tenha a certeza que drogas é que ele consumia, se consumia, durante os homicídios num espaço de três meses, ou se, ele teria sido submetido a testes para o HIV antes ou depois da sua morte.

Começando na Califórnia, Cunanan chegou a matar cinco pessoas no total: dois antigos amantes, ambos no Minnesota; um homem rico em Chicago a quem ele roubou um carro Lexus; um coveiro em New Jersey a quem tirou uma carrinha pick-up, com medo que os policias tivessem localizado o Lexus; e por fim, mas não menos chocante o famoso designer de moda Gianni Versace em Miami.
Andrew, com apenas 27 anos, pôs fim à sua própria vida numa casa flutuante desabitada que se encontrava nem a duas milhas da cena do seu último crime.

Do que se sabe deste jovem era que ele gostava de dar um pouco de brilho à sua vida, adorava gastar dinheiro que não tinha e que ele aprendeu a traficar droga. A inveja habitava nele, e era obcecado pelo estatuto social e fama. Todos estes tópicos acima referidos combinados com a decadência da maneira como conseguia arranjar “clientes” pode ter conduzido a um forte ataque de pânico. Mas apenas Cunanan sabe ao certo quais foram os seus motivos para cometer tais crimes. A vida da alta sociedade pode levar a formas de existências reduzidas ou até mesmo nulas.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Entrevista a Dra. Dobrila Nikolic' - Médica Legista

Lisboa, 11 de Novembro de 2009

1) Todas as pessoas que morrem são sujeitas a autópsia?
Existem dois tipos de autópsias diferentes: autópsias clínicas, que são aquelas realizadas em caso de morte por doença, feitas nos hospitais, consoante a autorização da família. O outro tipo de autópsia, realizadas no INML, são as autópsias médico-legais, em casos de morte violenta (não natural: homicídios, suicídios e acidentes) ou causa ignorada, consoante a ordem do tribunal.

2) Quando uma pessoa morre, é logo enviada para o INML?
Um corpo só é mandado para o INML quando e se o Ministério da Justiça assim o permitir. Os corpos só são analisados no instituto em casos de mortes violentas e não naturais, isto é, acidentes, homicídios e suicídios.

3) Quando um cadáver é recebido no INML, quais são as primeiras medidas a tomar?
Quando um cadáver é recebido, é identificado, são feitas recolhas das impressões digitais, registam-se os sinais particulares, como por exemplo tatuagens, é feito um reconhecimento visual por parte dos familiares e faz-se um inventário do espólio. Posteriormente é levado para câmaras frigoríficas, para preservar o corpo. A autópsia só é realizada entre 24h/48h após a recepção do cadáver.

4) Que tipos de exames é que fazem no INML?
A maioria dos exames feitos no INML são a pessoas vivas e não a cadáveres, ao contrário do que se pensa.
O Instituto tem várias áreas de trabalho, cada uma com a sua função:
• Clínica forense – Avalia as lesões nos corpos ou na saúde das pessoas envolvidas em processos judiciais; realiza exames do foro psicológico, tanto da vítima, como do criminoso; efectua perícias a nível sexual (em casos de violação).
• Patologia Forense – Realiza as autópsias aos corpos, faz exumações, examina o cadáver no local, avaliações dentárias e antropológicas.
• Anatomia Patológica Forense – Esclarece a razão da morte.
• Toxicologia Forense – Assegura a realização de perícias laboratoriais químicas e toxicológicas.
• Genética e Biologia Forense – Identificação genética de amostras e vestígios biológicos de origem humana. As perícias mais frequentes são os testes de paternidade, investigação de autores de crime através da avaliação dos vestígios do local do crime, identificação de restos cadavéricos ou embrionários e identificações em desastres de massa.

5) O INML está disponível 24h horas por dia, para a realização de autópsias? Em caso negativo, se uma pessoa morre na hora de encerramento, não lhe são tomados os cuidados precisos na devida hora, havendo possibilidade de o corpo sofrer alterações/decomposições?
O INML está aberto 24h por dia, para receber os cadáveres. Contudo, as autópsias só são realizadas até às 16h00 em dias úteis e em raras excepções, aos Sábados. Isso não levanta problemas, visto que o corpo é conservado em câmaras frigoríficas.

6) Por que profissionais é constituída a equipa do INML?
A equipa é constituída por médicos legistas, técnicos de diagnóstico e terapêutica e técnicos ajudantes.

7) Porque é que escolheu esta profissão?
“Ao princípio não tinha em mente esta profissão. Comecei por fazer o curso de medicina e, no 5ºAno tive um professor brutal, que me fez adorar a disciplina de medicina legal e decidi fazer a especialização.”. Por Dra. Dobrila Nikolic’

8) Acha que no nosso país é uma profissão com muita saída?
“Esta área tem futuro, visto que as pessoas estão sempre a morrer. Contudo, em Portugal é diferente, visto que somos uma país cuja taxa de mortalidade violenta é pequena, sendo por isso que esta profissão não é muito divulgada.” Por Dra. Dobrila Nikolic’

9) Acha que as séries televisivas retratam bem a realidade da profissão?
“As séries televisivas são um meio de divulgação para a nossa área, contudo muitos aspectos não são bem retratados. Os Exames demoram muito mais do que 45 minutos e quando são feitas as autópsias não temos aquele lençol branco a tapar o corpo, o corpo está completamente exposto da mesa de autópsias para que possam ser realizados os exames com maior facilidade. “ Por Dobrila Nikolic’

10) Qual foi o caso que mais o impressionou?
“Na nossa profissão, não somos impressionados facilmente, contudo a que talvez me tenha marcado mais foi um desastre de comboio, onde morreram muitas pessoas.” Por Dobrila Nikolic’

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Visita ao INML

No passado dia 11 de Novembro, o nosso grupo foi convocado para uma sessão de esclarecimento no Instituto Nacional de Medicina Legal em Lisboa, pela Dra. Dobrila Nikolic'.
O nosso objectivo era obter mais informação e uma melhor perspectiva sobre as actividades realizadas por parte do Instituto.
Durante essa mesma sessão, ficámos a conhecer um pouco melhor a história do INML, que o nosso grupo resolveu abordar de forma diferente, fazendo um video.



O Instituto Nacional de Medicina Legal é responsável por dar resposta às necessidades da sociedade e auxiliar a Justiça, cooperando com tribunais e autoridades policiais. Neste último ponto, o Instituto de Medicina Legal, realiza exames periciais que consistem na avaliação da prova relacionada com lesões no corpo ou saúde ou pesquisa e identificação de vestígios biológios e toxicológicos.

As áreas mais desenvolvidas pelo INML são a Clínica Forense, Patologia Forense, Genética e Biologia, Psiquiatria, Anatomia Forense e Toxicologia.

Clínica Forense- Avaliação das lesões ou danos provocados no corpo ou na saúde das pessoas envolvidas

Patologia Forense- Consiste na análise do cadáver no local, no levantamento do corpo (exumações), autópsias, antropologia e medicina dentária.

Genética e Biologia- Normalmente são feitas análises comparativas de DNA para a descoberta do parentesco, de agressões sexuais, restos cadavéricos e embrionários e vítimas de desastres de massa.

Psiquiatria- Realizam exames para averiguar a imputabilidade de autores de crime e avaliação do seu risco de recidiva.

Anatomia Forense- Esclarece a etiologia (razão) das mortes, macroscopicamente e microscopiamente.

Toxicologia- Assegura a realização de perícias laboratoriais, químicas e toxicológicas.

No Instituto são realizados por ano cerca de 150000 exames, sendo 1500 autópsias. Exitem dois tipos de autópsias, a clínica que é feita a pessoas que morrem nos hospitais, perante a autorização da família, e a médico-legal, feita no Instituto, e realizada em caso de morte violenta ou não natural (ex. homícidos, acidentes e suicídios). Após as autoridades removerem o cadáver do local do crime, este é recebido pelo INML onde é submetido a uma identificação feita através do bilhete de identidade, impressões digitais, sinais particulares e reconhecimento visual. Depois é conservado numa câmara frigorífica, pois a autópsia só é efectuada 24-48 horas após a recepção. Feita a autópsia, obtem-se a certidão de óbito e entrega-se o corpo à família.

Os cadáveres que não são identificados são sujeitos a um estudo de DNA, a um registo fotográfico e vídeo e conserva-se. Se não for identificado antes de acabar o prazo legal, o corpo é enviado para a Santa Casa da Misericórdia.


sábado, 16 de janeiro de 2010

Crimes que chocaram o Mundo

O AMOR PROIBIDO DE MARY KAY LETOURNEAU, 1998

O que é que acontece quando uma mulher encontra o homem da sua vida, sendo este apenas uma criança? E se a mulher for a sua própria professora?
Os pais americanos ficaram não só assustados mas também embaraçados com a história de Mary Kay, que conheceu pela primeira vez Vili Fualaau quando era professora dele no segundo ano. Ele não começou a namoriscá-la até estar no sexto. As relações sexuais entre eles começaram um ano depois, quando ele tinha 13 anos.
Já mãe de quatro filhos de um casamento praticamente destruído, ainda teve uma filha do seu jovem aluno, mas não antes de ir parar a prisão, acusada de violação. A professora acabou também por quebrar as regras da suspensão da sua sentença encontrado-se com Vili outra vez- ficando grávida outra vez.
A beleza de Mary Kay e a sua dificuldade em lidar com a sua depressão maníaca pôs o seu caso ilícito nas capas de jornais e revistas femininas em todo o Mundo. Mas a sua recusa em renunciar seu amor pelo rapaz em troca da sua liberdade acabou por tocar as pessoas, mesmo sendo uma loucura.
Em 1998, depois de nascer a sua segunda filha com Fualaau ela começou a sua pena de sete anos, acabando por sair em 2004. Casou logo como Vili que entretanto já era maior de idade (21 anos).

sábado, 9 de janeiro de 2010

Teste Psicológico - Descobre se és um serial killer



Em primeiro lugar, este trata-se de um teste psicológico verdadeiro.

Uma rapariga, durante o funeral da sua mãe, conheceu um rapaz que nunca tinha visto antes. Achou-o tão maravilhoso que acreditou ser o homem da sua vida, apaixonou-se por ele e começaram um namoro que durou uma semana. Sem mais nem menos, o rapaz desapareceu e nunca mais foi visto.
Dias depois, a rapariga matou a própria irmã.

Questão:
-Qual o motivo para a rapariga ter morto a sua própria irmã?

(Pensa bem antes de responderes e realmente tenta pois é interessante).



















Resposta:
-Ela matou porque esperava que o rapaz pudesse aparecer novamente no funeral da sua irmã.

Se acertaste a resposta, então pensas como um psicopata.
Este é um famoso teste psicológico para reconhecer a mente dos assassinos em série (serial killers). A maioria dos assassinos presos acertou a resposta.

Para um psicopata, os fins justificam sempre os meios.

Base de dados genética criminal


O Governo pôs a questão no seu programa, ao escrever: " Será criada uma base de dados genéticos para fins de identificação civil, que servirá igualmente para fins de investigação criminal."

Falar de bases de dados genéticas é falar em identificar características únicas de alguém, como acontece com as suas impressões na ponta dos dedos, observando cerca de dez pequenas zonas na molécula de DNA. O que se procura nestas pequeníssimas zonas é a forma como se repetem as quatro unidades químicas que compõem a molécula. Essa repetição é única de cada pessoa, por isso funciona como uma impressão digital.

Numa base de dados para fins criminais, além da inclusão de perfis de amostras biológicas encontradas no local de um crime, estão perfis de indivíduos identificados (condenados ou até de suspeitos, embora o modelo mude de país para país). O cruzamento desses dados pode servir tanto para condenar como para ilibar.

Já uma base de dados para fins civis servirá para identificar cadáveres e ajudar a encontar pessoas desaparecidas. Contudo, este assunto ainda suscita um número considerável de dúvidas:

Quem irá ser incluído nesta base de dados?
Os dez milhões de portugueses?
Só os adultos ou a começar pelos novos nascimentos?
E como será feita a recolha de DNA, voluntária ou obrigatória?

Francisco Corte-Real, vice-presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal, diz que Portugal é dos poucos países da Europa Ocidental sem uma base de dados genética criminal. Para Corte-Real, as duas vertentes das bases de dados são importantes. "Fazer uma base de dados de identificação civil não significa incluir todos os portugueses. Pode permitir cruzar perfis genéticos de corpos não identificados e de familiares de pessoas desaparecidas. Pode ser uma base de dados dupla, porque não se devem misturar os desaparecidos com os criminosos."

Como trabalham os CSI portugueses?

Embora a realidade não seja igual ao que vemos nas séries, os investigadores portugueses estão bem equipados e formados, e sabem o que fazer quando chegam ao local do crime. Para tal, os peritos precisam de ter alguns cuidados na cena do crime:
  • Mexer o corpo o menos possível;
  • Colocar as mãos da vítima dentro de sacos de papel. Neste caso, não podem ser utilizados sacos de plástico, devido ao processo de condensação que se verifica, prejudicando a preservação dos resíduos;
  • Preservar todas as pistas possíveis, como os resíduos de disparos, cabelos, pêlos e fibras;
  • Ao investigar o corpo da vítima, não se deve danificar os orifícios provocados por balas ou outras armas e não se deve cortar, deitar fora ou sacudir a indumentária da mesma.
  • Evitar contaminações;
  • Não proceder à recolha de resíduos do corpo no local do crime, mas sim na mesa da sala da autópsia, visto que as condições de trabalho e iluminação são as mais adequadas;

Como é que os peritos determinam a distância entre o disparo da arma e o seu destino?

Para simular com exactidão o crime, os C.S.I. portugueses fazem disparos experimentais, de modo a poderem concluir muitos factos relacionados com o sucedido: por um lado,cada arma cunha uma marca própria em cada bala, sendo permitido identificá-la. Se a marca da bola que se encontrava no local do crime corresponder a alguma das armas utilizadas pelo perito, procede-se à identificação. As impressões digitais são igualmente informativas. Às vezes os criminosos lembram-se de limpar as armas mas esquecem-se de fazer o mesmo aos carregadores.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

3ª Edição: Os Olhos do Crime


Antes de mais gostariamos de desejar aos nossos visitantes um Feliz 2010!
A edição de Janeiro do jornal "Os Olhos do Crime" centra-se na Entomologia Forense e no seu contributo para a resolução de um crime.
Esperamos por comentários e sugestões.